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Jazz no Parque 2022

 

Interrompido pela pandemia o Jazz no Parque – Festival de Jazz do Barreiro, realizou-se pela segunda vez no luxuriante Parque da Cidade.

Nove concertos em três dias, num único fim de semana, a programação de Jorge Moniz  combinou músicos internacionais e nacionais e locais, representados pela Escola de Jazz do Barreiro e a Academia de Jazz «Os Franceses».

Uma vez mais, e à semelhança de há dois anos, nada a observar quanto à programação musical. A minha única interrogação respeita à adequação daqueles concertos naquele espaço. A minha opinião será controversa, mas Marc Copland e Julia Hulsman só poderão ser apreciados numa sala de concertos e, muito em especial o trio de Lucian Ban possui características que diria de música de câmara, que o desaconselham para um parque aberto, de concertos gratuitos, para onde as pessoas se deslocam para confraternizar. Creio até que seria possível, e mais acertado, programar duas séries do concertos: uma mais dirigida para o grande público, ao ar livre, e uma outra, numa sala de concertos mais pequena, que até existe próximo do parque, destinada a este tipo de concertos mais intimistas, dirigida a um público mais restrito.

Apenas assisti aos concertos do segundo dia.

Miguel Ângelo Quarteto
O permanente burburinho e a irrequietude do público prejudicou a audição dos poucos atentos de entre o público que assistiu ao concerto de fim de tarde da «Dança dos desastrados» do Miguel Ângelo Quarteto, mas creio que terá prejudicado também a prestação dos músicos, que se limitaram a tocar a (boa) música do disco, mas sem grande entusiasmo.

Julia Hulsman Quartet
E o mesmo aconteceu com o concerto de Julia Hulsman. Música bonita, um tanto melíflua, mas claramente desajustada para o local, que apenas conseguiu arrebatar aplausos nos ocasionais solos do saxofonista, o berlinense Uli Kempendorff, que acabou por salvar o concerto.

Kurt Rosenwinkel Trio
Aplausos obteve Kurt Rosenwinkel, que soube compreender o público e o espaço, oferecendo o que ele sabe fazer melhor: uma música enérgica, por vezes próxima de um funky, ritmado, solos bem construídos, directamente construídos a partir das composições, alegria e groove, uma secção rítmica generosa e fluente. Dir-se-á, talvez, que facilitou, mas era a música necessária e Kurt Rosenwinkel fez o concerto da noite.

O Jazz no Parque é um festival jovem. E apesar das minhas observações, eu creio que tem pernas para andar: tem vontade, tem espaço, tem público, e Jazz não faltará.

Programação: Jorge Moniz

 

Sex 24 Barreiro Parque da Cidade 21.30 Lucian Ban, John Surman, Mat Maneri
«Transylvanian Folk Songs»
Lucian Ban (p), John Surman (s), Mat Maneri (varco)
23.00 Marc Copland Quartet feat Mark Feldman Marc Copland (p), Mark Feldman (v), Felix Henkelhausen (ctb), Fabrice Moreau (bat)
Sáb 25 Barreiro Parque da Cidade 17.00 Escola de Jazz do Barreiro  
18.30 Miguel Ângelo Quarteto
«Dança dos desastrados»
Miguel Ângelo (ctb), João Guimarães (sa), Joaquim Rodrigues (p), Leandro Leonet (bat)
21.30 Julia Hulsman Quartet
«Not Far From Here»
Julia Hülsmann (p), Uli Kempendorff (st), Marc Muellbauer (ctb), Heinrich Köbberling (bat)
23.00 Kurt Rosenwinkel Trio Kurt Rosenwinkel (g), Dario Deidda (b), Gregory Hutchinson (bat)
Dom 26 Barreiro Parque da Cidade 17.00 Academia de Jazz «Os Franceses» Maria Inês Saraiva (voz), Laura Garcia (voz), Ivo Rodrigues (t), Francisco Menezes (sa), Vasco Rosa (sa), Igor Silva (st), José Monteiro (clb), João Ferreira (p), João Custódio (ctb), André Figueiredo (bat)
18.30 César Cardoso Ensemble
«Dice of Tenors»
César Cardoso (s), Luís Cunha (t), José Soares (sa), Lars Arens (trb), Jeffery Davis (vib), Óscar Graça (p), Demian Cabaud (ctb), Pedro Felgar (bat)
21.30 Mário Costa
«Oxy Patina IV»
Mário Costa (bat, elec, c), Cuong Vu (t), Benoît Delbecq (p, sint, elec), Bruno Chevillon (ctb)